29 junho 2010

Vingado

Nesse quarto passa de tudo, só não passa você.
Estou sozinha e cercada por tanto barulho
Será esse outro poema sem futuro?

Sinto que gelo por fora
O som da vida lá fora me incomoda.
O que andará fazendo o meu amor?

Perco-me no vazio da minha mente
Só os carros lá foram me atropelam,
Apelam, apelam, apelo, apelo por você.

Por você? Já nem sei.
Mentira, é certo que compreendo.
Ainda assim, duvidar é romântico, apimenta.
Será preciso mais tempero nessa panela?

De pensar morreu o burro e nasceu o poeta.
Acho que penso demais,
Acho que morri como o burro.
Sim, eis que nasce mais um poema sem futuro.

Um comentário:

Filipe M. Vasconcelos disse...

Suave, Ana... Suave poema..
Suave estilo de escrita.

Um beijo!