16 abril 2010

Desencanto

"Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre."



                                 Manuel Bandeira

11 abril 2010

Hoje escrevi um poema torto
Tão torto que senti vergonha do papel.
As palavras se revelaram escandalosas
E o que estava oculto fez meu rosto corar.