26 setembro 2010

Confissão - Leila Mícollis

Dizem que o amor é cego, 
não nego, 
por isso te abro os olhos: 
não tenho bens nem alqueires, 
eu não sou flor que se cheire, 
nem tão boa cozinheira, 
(bem capaz que ainda me piches 
por só comer sanduíches), 
minha poesia é fuleira, 
tenho idéias de jerico, 
um cio meio impudico 
como as cadelas e as gatas, 
às vezes me torno chata 
por me opor ao que comtemplo, 
sei que sou péssimo exemplo, 
por pouca coisa me grilo, 
talvez por mim percas quilos, 
eu não sei se valho a pena, 
iguais a mim, há centenas, 
desejo te ser sincera. 
Mas no fundo o amor espera 
que grudes qual carrapicho: 
são tão grandes meu rabicho 
e minha paixão por ti, 
que não estão no gibi... 
Ao te ver, viro pamonha, 
sem ação, e sem vergonha 
o meu ser inteiro goza. 
Por isso, pra encurtar prosa, 
do teu corpo, cada poro 
eu adoro adoro adoro... 

Nenhum comentário: